Derrotadas pelo presidente da CBF, as federações rebeldes anunciaram que vão se recusar a receber o repasse mensal da entidade.
![]() |
Ricardo Teixeira na sai depois da assembléia |
A homologação em assembleia, por unanimidade, da permanência de Ricardo
Teixeira na presidência da CBF foi precedida por um aumento de cerca de
60% na verba repassada pela entidade para as 27 federações estaduais.
Antes da reunião, realizada anteontem no subsolo do prédio da
confederação, o dirigente anunciou que subiria para R$ 50 mil o "repasse
mensal" para as filiadas. Até então, as federações recebiam R$ 30 mil
por mês.
Além do aumento da mesada, Teixeira informou aos dirigentes que vai
liberar neste mês R$ 100 mil para cada entidade, referentes à
participação nos lucros da confederação no ano passado.
A abertura dos cofres agradou a maioria das federações, que argumentam
precisar do dinheiro da entidade nacional para manter suas estruturas em
Estados onde o futebol ainda é deficitário.
A CBF teve arrecadação de R$ 193,5 milhões em patrocínios, de acordo com
seu último balanço. Com o aumento do repasse, o mandatário desarticulou
a esperada disputa pelo poder na assembleia geral da confederação.
Movimento comandado pelas federações gaúcha, baiana e do Rio pretendia
alterar o estatuto para garantir que houvesse uma nova eleição em caso
de renúncia de Teixeira. Pelo regimento atual, se Teixeira renunciar, um
de seus vices assume o cargo.
Em minoria, os rebeldes foram obrigados a acatar a vontade do cartola na
assembleia. O ex-governador José Maria Marin, que é vice da CBF para a
região Sudeste, foi definido como seu sucessor em caso de renúncia.
Marin era o escolhido por Teixeira.
Na reunião, Teixeira, que poderá se licenciar da presidência neste mês, foi aclamado pelas entidades.
Ao falar aos presidentes das federações, deixou claro que deve pedir uma
licença médica ainda neste mês. Ele diz sofrer de diverticulite
(inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso).
A licença é vista como uma fuga estratégica do dirigente em meio à
disputa que vem travando com a cúpula da Fifa e com o governo federal
pela organização da Copa-14.
Teixeira ficou ainda mais desconfortável após a Folha revelar sua
ligação com a empresa de marketing Ailanto, acusada pelo Ministério
Público de desvios na organização de amistoso entre as seleções de
Brasil e Portugal em 2008. A empresa recebeu R$ 9 milhões pela partida.
A princípio, ele pretende continuar na presidência do COL (Comitê
Organizador Local da Copa-14), mesmo licenciado da confederação.
No total, a confederação vai enviar cerca de R$ 4 milhões nos próximos
12 meses para as federações, somando os repasses e a participação nos
lucros da CBF.
Fonte: Folha Online
Crédito da Imagem: Daniel Marenco/Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário