O dossiê revelaria que Teixeira e João Havelange devolveram dinheiro de
propinas após fazerem, junto com a entidade, acordo para encerrar sob
sigilo investigação criminal, em 2010
Voltou a circular com força no fim da semana a informação de que
Ricardo Teixeira pode deixar definitivamente a CBF (Confederação
Brasileira de Futebol). Faria isso na esteira da decisão da Justiça
suíça de suspender o sigilo do dossiê do caso ISL, o maior escândalo de
corrupção da história da Fifa.
A informação está na coluna de Mônica Bergamo, publicada na Folha desta segunda-feira. A íntegra do texto está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
O dossiê revelaria que Teixeira e João Havelange devolveram dinheiro de
propinas após fazerem, junto com a entidade, acordo para encerrar sob
sigilo investigação criminal, em 2010.
A CBF não se pronuncia oficialmente desde que o caso explodiu.
Interlocutores de Teixeira afirmam, no entanto, que ele não pretende se
afastar da entidade. Na semana passada, o jornal suíço "Handelszeitung" publicou que um
tribunal do país rejeitou a ação que bloqueava os documentos. E que, com
isso, eles serão abertos em até 30 dias, caso nenhum dos dois cartolas
envolvidos recorra da ação.
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Ricardo Teixeira (esq.) ao lado do presidente da Fifa, Joseph Blatter, no Rio de Janeiro, em julho |
Os papéis tratam da falência da ISL, ex-parceira de marketing da Fifa, e
mostraria que os dirigentes receberam US$ 100 milhões (R$ 186 mi) em
subornos.
Segundo a BBC, Teixeira e Havelange estão envolvidos no caso, que
permanece sob sigilo judicial na Suíça. Por causa de seu teor, poderiam
até ser expulsos.
O processo judicial de falência da ISL constatou o pagamento de subornos
a dirigentes nos anos 1990. Tais informações são mantidas em sigilo por
conta de um acordo judicial. Dois cartolas da Fifa admitiram ter
recebido suborno, pagaram multas e foram mantidos anônimos.
Após lutar por esse sigilo, Blatter mudou de ideia e prometeu divulgar o
processo em meados de dezembro para limpar sua imagem e a da Fifa. Mas
recuou sob o argumento de que uma liminar foi obtida para impedir a
publicação do dossiê. Extraoficialmente, a Fifa atribui essa medida a
Havelange e Teixeira.
Fonte: Folha.com
Crédito da Imagem: Silvia Izquierdo-29.jul.11/Associated Press
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