Chegou ao fim o reinado de Ricardo Teixeira à frente da CBF.
Alvo de diversas denúncias de corrupção, o dirigente apresentou carta
de renúncia à presidência da entidade nesta segunda-feira. Teixeira
também deixou o cargo de chefia no Comitê Organizador Local (COL) da
Copa do Mundo de 2014. Ambas as funções serão exercidas agora por José
Maria Marin, o vice-presidente mais idoso da CBF.
Marin
é ex-governador de São Paulo e foi visto recentemente embolsando uma
medalha que deveria ser entregue aos jogadores da equipe sub-18 do Corinthians,
que venceram a Copa São Paulo de Juniores. Após o flagrante, ele
afirmou que o objeto era um presente da Federação Paulista de Futebol.
Ex-genro
de João Havelange, que comandou a CBD (que viria a se tornar CBF) entre
1956 e 1974 e a Fifa daquele ano até 1998, Ricardo Teixeira se espelhou
em Havelange no gosto pela permanência no poder, e conseguiu se
reeleger por quatro vezes consecutivas.
Pouco tempo atrás, Teixeira era nome certo para disputar
a sucessão do presidente Joseph Blatter na Fifa, em 2015. Sua situação,
no entanto, piorou quando teria apoiado nos bastidores a candidatura do
catariano Mohamed bin Hammam nas eleições do ano passado. Hammam
desistiu da candidatura pouco tempo depois por conta de denúncias de
corrupção, mas a suposta traição teria abalado suas relações com
Blatter, que disse ver Michel Platini, atual presidente da Fifa, como
seu sucessor ideal.
No
período em que Ricardo Teixeira esteve à frente da entidade, o Brasil
disputou seis Copas do Mundo e conquistou duas, em 1994 e 2002. A
alternância entre fracassos e bons desempenhos dentro de campo ocorreu
simultaneamente a uma série de denúncias contra o dirigente. O primeiro
momento de grande turbulência ocorreu no início dos anos 2000, quando
foi acusado de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, sonegação de
impostos e evasão de divisas no relatório da CPI do Futebol. No entanto,
Teixeira não foi condenado pela Justiça e seguiu com força à frente da
CBF.
Mesmo sendo o principal nome da organização da Copa
do Mundo de 2014, comandando o Comitê Organizador Local (COL), Teixeira
se enfraqueceu nos últimos meses pelo aumento das denúncias envolvendo
seu nome. A última delas, feita pela Folha de S. Paulo,
afirma que o dirigente recebeu cheques nominais de uma empresa acusada
de superfaturar um amistoso do Brasil contra Portugal, em 2008, na
cidade de Brasília. Esta mesma firma teria sido registrada em um
endereço de propriedade de Teixeira.
Esta denúncia não é a única
que vem acuando o dirigente. A partir de 2010, o nome do presidente da
CBF foi vinculado a um escândalo de corrupção envolvendo o pagamento de
propinas da empresa de marketing ISL à Fifa. O caso está sob segredo de
justiça na Suíça, mas pode ter os seus documentos revelados nos próximos
meses.
Segundo a BBC, dois dos dirigentes que receberam propina
foram Ricardo Teixeira e João Havelange, que seguem negando participação
no caso. Havelange, porém, deu mostras de que o caso estaria prestes a
vir à público quando renunciou a seu cargo no Comitê Olímpico
Internacional (COI). Caso as acusações fossem confirmadas, ele poderia
ter sido expulso da entidade.
Fonte: gazetaesportiva.net
Crédito da Imagem: Djalma Vassão/Gazeta Press
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