Ganso é aguardado nas próximas horas na Vila Belmiro, para assinar os detalhes de sua rescisão contratual.
O meia Paulo Henrique Ganso, enfim, será o novo reforço do São Paulo.
O destino do jogador foi selado nesta quinta-feira, durante reunião que
envolveu todas as partes da negociação, inclusive o próprio jogador.
Durante o encontro, os dirigentes do Santos chegaram a um acordo sobre o
impasse com o grupo DIS, que amarrava a transferência até então.
O
imbróglio se dava porque, mesmo o Tricolor concordando em pagar à vista
R$ 23,9 milhões – os são-paulinos vão desembolsar R$ 16,4 milhões e a
DIS completará o restante, aumentando seu percentual no negócio – pelos
45% dos direitos econômicos ligados ao Santos, o clube praiano pleiteava
um acordo referente à venda do meia Wesley, atualmente no Palmeiras, para o Werder Bremen (Alemanha), em 2010.
O
caso ainda não teve julgamento definitivo, mas por não ter feito o
repasse de 25% da transação de Wesley, o Alvinegro Praiano viu o
Tribunal de Justiça de São Paulo bloquear 20% das receitas da
agremiação, com base em patrocínios e cotas de TV.
Com a correção de juros, o montante questionado pelo grupo DIS chega a
R$ 8 milhões. O clube entrou em entendimento com a empresa e deve trocar
o percentual das receitas pela penhora do CT Meninos da Vila, destinado
às categorias de base.
O Santos pretendia conseguir um
abatimento de R$ 4 milhões para liberar o camisa 10, mas acabou
desistindo da sua solicitação. O problema referente à venda de Wesley
seguirá na justiça, assim como a disputa entre o Peixe e os
investidores, que dura desde 2010. Os santistas questionam o valor pago
pela DIS, 1,5 milhões de euros (cerca de R$ 3,9 milhões), pelas
porcentagens de atletas oriundos da base, como André, Wesley e o próprio
Ganso.
Além do dinheiro da transferência do meio-campista ser depositado em parcela única,
a cúpula alvinegra terá direito a receber 10% - 5% é garantido por lei
para o clube formador – de uma futura negociação de Paulo Henrique
Ganso. Os santistas gostariam de ter 20%, mas o pedido não foi aceito
pelos são-paulinos.
Ganso é aguardado nas próximas
horas na Vila Belmiro, para assinar os detalhes de sua rescisão
contratual. Quando isso ocorrer e o vínculo com o Tricolor Paulista
também for rubricado, pois dirigentes do São Paulo seguiram para a
Baixada Santista, a saída do atleta será confirmada oficialmente pelo
Santos.
Entenda o caso –Ganso e o Peixe têm divergências
contratuais desde o final de 2010, quando o meia ainda se recuperava de
uma cirurgia no joelho. O meia não se sentia totalmente valorizado pela
direção santista e, no início de 2011, externou tal desejo. Na época,
Inter de Milão e Milan, ambos da Itália, eram os principais
interessados. O Corinthians também chegou a ser especulado como o seu
possível destino.
De lá para cá, com algumas interrupções, as
polêmicas se mantiveram e as trocas de farpas entre o jogador e o
presidente do clube praiano, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, se
tornaram cada vez mais constantes.
O ponto alto da crise
foi a "chuva de moedas" recebida pelo meio-campista, após a derrota
para o Bahia, por 3 a 1, no dia último dia 29, na Vila Belmiro. Na
ocasião, torcedores também seguiram Ganso até o CT Rei Pelé, onde foi
buscar o seu automóvel, e seguranças tiveram que ajudá-lo a sair do local. No muro do CT, frases pedindo que ele deixasse o clube foram pichadas.
Com
a permanência do camisa 10 cada vez mais difícil, Paulo Henrique Ganso
apontou uma nota oficial assinada por Luis Álvaro, questionando a sua
declaração de que "seria uma prazer defender o rival", como estopim para
a ira da torcida. Por isso, o "maestro" decidiu rever a sua posição de
não deixar a agremiação.
Sendo assim, mesmo com o Santos
apresentando uma nova oferta de reajuste salarial, na qual os
vencimentos mensais do jogador subiriam para R4 420 mil, durante seis
meses, Ganso optou por dar preferência ao São Paulo, que já tinha
apresentado duas propostas oficiais pelo seu futebol, mas ambas tinham
sido recusadas pela cúpula alvinegra.
No fim da noite da última
sexta, o Tricolor Paulista sinalizou com o pagamento da parte santista
na divisão dos direitos econômicos do meia. Porém, na segunda, o Peixe
colocou novas exigências nas tratativas e voltou a rejeitar uma proposta
apresentada pelo rival.
Na terça, os são-paulinos concordaram em
pagar R$ 23,9 milhões à vista e aceitaram outras exigências da diretoria
santista, mas viram o impasse do clube praiano com o grupo DIS adiar o
desfecho da transação.
Mas, depois de muitas idas e vindas, todos
os pontos da negociação foram ajustados e, nesta quinta, Ganso segue
rumo ao Morumbi, um dia antes do término do prazo para novas inscrições
no Campeonato Brasileiro.
Fonte: gazetaesportiva
Crédito da Imagem: Sergio Barzaghi/Gazeta Press